quinta-feira, 29 de abril de 2010

CÁLICE DE PORTO

À transparência de cristal
remiro um cálice guardado
por séculos de namoramento...
Em paixão,
sorvo as colinas em mosto,
os bagos sumos de Agosto,
o aroma rico de frutas
de Verão...
Um rio doura-me o cálice
dos meus olhos embriagados
da terra que bebo em goles
e subo a calços bordados
a xisto e suor dos solos...
E sinto entranhar-me o peito,
até à foz da minh'alma,
a veneração e respeito
às gentes de riso aberto
que pisaram sua vida
na lida da descoberta
do ouro feito a preceito
e gosto a mel e sol fino,
néctar puro em tons de vinho!

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