quinta-feira, 29 de abril de 2010

LAMEGO, MEU ACONCHEGO

No peito tenho-te minha
cidade de verde e pedras
talhadas em brasão nobre
e respeito em lar de pobre.

Nos olhos, mesmo fechados,
guardo em torre de menagem
um cavaleiro altivo
fiel ao reino cativo

dos meus sonhos de menina
encantada de princesa...
Subo agora a escadaria,
Remédios é romaria,

e ajoelho o olhar,
em louvor de alma amante...
e rezo à azul Senhora
pela beleza que mora

nos vinhedos verdejantes,
na serra mãe protectora,
nas pedras que sabem história,
nos jardins de justa glória...

Há ainda uma saudade
que me bate à porta entrando,
sempre que lembro Lamego
e me aninha o aconchego

do seu regaço em carícias...
bebo das suas delícias,
como o farnel de romeiro
e adormeço ao seu colo...

...à sombra do castanheiro...*




*existe um castanheiro secular, de diâmetro invejável, no largo do Santuário de Nª Srª dos Remédios, "ex-libris" da cidade, onde está inscrito:

"Já fizeste a romaria,
Obrigada bom romeiro,
Come agora o teu farnel
À sombra do castanheiro"

1 comentário:

  1. Tanto amor à terra, tanta força no canto, sublime homenagem ao torrão natal.

    Gostei muito.

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