quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Chora-me um rio...

Chorei um rio
que me trouxe ao colo
-ah, minhas águas sem dó,
meu trigo
que castiga
sem pedra ou mó!

Chora-me um rio
que trago em goles
-meu sangue adulterado,
meu vinho
do respigo
nunca vindimado...

Choro ainda e rio
de amor não consumado

e sulco em mim um rio:

serei sempre terra,
margem,
do Douro meu amado.