sábado, 28 de abril de 2012

 

vindima

vinhas...
e as uvas tensas do mosto
quente,
maduras ao toque intenso
nosso,
e o vinho que escorria
doce,
sagrava de mel a cama
rubra
dos lençóis que desfolhavas
na apanha...


(Arte em azulejo de Luísa Dias:
http://azulejosdaluisa.blogspot.com/)




beijos

ao toque,
os bagos túmidos maduram
beijos
de lábios humidos que sabem
vinhos
d'ouro e matizes de sol
colhido
nesses felizes dias que lembro

colheita meiga
de Setembro.


sexta-feira, 20 de abril de 2012




D'OURO ÍNTIMO
Abraça-me
Com o veludo relevo
Que te aqueço ao olhar-te



Desce-me
À túmida intimidade
Do verso que quer beijar-te



Regressa-me
Às águas de ledo enlevo
Depois do gosto de amar-te.




Alendouro


Misturo os olhos no fundo azul das águas
Livres que enlaçam a terra onde esbocei
Alentos

Sinto e assim percorro em tintas a tela
Viva com as cerdas sensíveis dos dedos
Álamos

Colhe-me o sol a luz que pretendo minha
Arte de pintar da tarde só realce
A leste

E escorre o ouro em tons de céu esquecido
A reflectir regressos ao escavado
Álveo

Fidelizando a alma que aqui me vive
Presa ao contemplar do rio que atravesso
Além